domingo, 29 de maio de 2011

Neurociência dá respaldo às psicoterapias, usadas para a solução rápida de transtornos


Publicada em 29/05/2011 às 09h05m
Viviane Nogueira
  • R1
  • R2
  • R3
  • R4
  • R5
  • MÉDIA: 0,0
Neurônios: a ciência mostra que as terapias, quando bem feitas, provocam alterações neurológicas positivas. Reprodução
RIO - A imagem é um clássico das tiras de humor: um paciente desesperado fala sem parar no divã enquanto o terapeuta faz a lista do mercado, dorme ou fantasia alguma outra coisa. Exagero, é claro, mas na visão de um grupo de especialistas, a proposta para este paciente transtornado seria um cardápio de psicoterapias, com profissionais mais ativos, que dão diagnóstico, sugerem soluções e programam um tratamento a curto prazo. Uma espécie de coaching emocional. Para eles, a psicanálise tradicional é um instrumento de autoconhecimento para pessoas saudáveis debaterem questões filosóficas. Para resolver transtornos, a melhor pedida seriam as psicoterapias.
- A neurociência mostra que as terapias, quando bem feitas, trazem modificações neurológicas. Se eu tenho instrumentos para fazer essas mudanças, por que não fazê-las de forma mais rápida? - questiona o psiquiatra Fábio Barbirato, coordenador dos departamentos de Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia e da Associação de Psiquiatria do Rio, além de membro da Academia Americana de Psiquiatria Infantil.
De 2 de junho a 14 de julho ele coordena o curso "A relação entre neurociência e psicanálise - de Kandel a Freud", na Casa do Saber, no Rio. Em seis aulas, nomes ligados à psiquiatria, psicologia e neurociência como Vera Lemgruber, Fátima Vasconcellos, Analice Giglioti e Mário Juruena, entre outros, vão contar, para um público leigo, o que é possível extrair dessa relação, além de discutir os conceitos das diversas psicoterapias disponíveis para o tratamento de transtornos de comportamento.
- A neurociência permitiu que a psicanálise, que era vista como a única forma de tratamento, passasse a ser uma das opções, e validou as outras - diz a psiquiatra e psicóloga Vera Lemgruber, coordenadora do setor de Psicoterapia da Santa Casa de Misericórdia do Rio.
- Sabemos que, para determinados transtornos, sem os medicamentos chamados buffers (amortecedores), é muito difícil. É como se eles nos ajudassem a passar pelos buracos da estrada da vida. Isso não vai consertar os buracos, mas dá pra passar por eles sem levar tantos trancos e tendo um pouco mais de energia para, numa psicoterapia, questionar o rumo da estrada. Esse trabalho faz com que você reaprenda, seus neurônios fazem novas conexões - explica.
Amortecedores de emoções mais fortes
Ao comprovar o funcionamento do cérebro, a neurociência deu respaldo às psicoterapias que antes se debatiam com as teorias de Freud. Os neurologistas brasileiros Jorge Moll Neto e Ricardo de Oliveira-Souza, por exemplo, explicaram as áreas responsáveis pelo juízo moral e definiram o cérebro dos psicopatas.
- Hoje sabemos, através de testes e exames realizados neste trabalho, que pessoas com hipofuncionamento do lobo frontal têm incapacidade de fazer julgamentos morais e, se houver uma lesão cerebral nessa área, há esse tipo de prejuízo - diz Vera.
Os psiquiatras Fátima Vasconcellos, Fábio Barbirato e Vera Lemgruber: curso na Casa do Saber. Foto: Ana Branco
Com tipos de mapeamento como este, tratamentos para síndrome do pânico, depressão, ansiedade e transtornos alimentares, entre outros, podem ser feitos com um foco específico e em menos tempo para que a pessoa possa retomar a vida. Da mesma forma, questões de melancolia e angústia servem melhor à psicanálise, na opinião dos especialistas.
- Ninguém discute as contribuições da psicanálise na construção de uma teoria de funcionamento cerebral. Mas hoje se fala muito de uma psicoterapia psicodinâmica. Se uma pessoa tem estresse pós-traumático depois dessas chuvas da região serrana do Rio, a gente tem que ser capaz de encontrar uma técnica para tirar a pessoa do buraco. Há necessidade de lidar com a realidade do imediato - diz Fátima Vasconcellos, mestre em Psiquiatria pela UFRJ, professora de Psiquiatria da Universidade Gama Filho e presidente da Associação de Psiquiatria do Rio de Janeiro.
O efeito carambola
Diante da polêmica de que dessa forma se trata o sintoma e não a causa do problema, Vera Lemgruber recorre ao termo efeito carambola para explicar os resultados da técnica focal. A expressão é usada no jogo de sinuca para definir a jogada em que uma determinada bola é atingida pelo taco e, ao se movimentar, atinge outras bolas que não haviam sido tocadas diretamente:
- Se você diagnosticar e trabalhar com foco num problema específico, quando ele for resolvido pode resolver ainda outras áreas sem o coach ao seu lado. Uma síndrome de pânico pode ser curada na maior facilidade quando não representa outras coisas, mas muitas vezes é a expressão patológica de transtorno de dependência - explica.
No caso de crianças o problema é ainda mais grave, já que a infância é curta e não pode ser desperdiçada em tratamentos longos ou errados.
- Hoje se fala muito em hiperatividade e transtorno de déficit de atenção, mas depressão e ansiedade atingem um número até três vezes maior de crianças, com sintomas muito mais complicados. A criança muitas vezes está agitada na sala porque o pai vai buscá-la no fim da aula e fica desatenta. Ela não é hiperativa, tem um quadro de ansiedade. Um bom terapeuta tem que saber identificar isso - exemplifica Fábio Barbirato, que no curso vai justamente explicar aos pais sobre desenvolvimento normal, dizer por exemplo o que esperar de uma criança de 5 anos à luz da neurociência:
- Se os pais esperam que a criança arrume o quarto e faça letra cursiva nessa idade estão errados, porque ela não tem capacidade neurocientífica pra isso, uma região do cérebro precisa estar desenvolvida pra isso e ainda não está. Ao fazer isso os pais podem desencadear um estresse no hipocampo e um quadro de ansiedade.
Já em adultos Fátima Vasconcellos cita o caso do músico Herbert Vianna, paralisado depois de um acidente de ultraleve em 2001:
- Como ele sempre foi muito criativo, o cérebro passa por essa questão da neuroplasticidade: quanto mais se usa, mais ele se desenvolve, mais conexões ele faz. Se eu perder a fala hoje, meu cérebro será estimulado a criar outro circuito de fala para se sobrepor ao que eu perdi.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/05/29/neurociencia-da-respaldo-as-psicoterapias-usadas-para-solucao-rapida-de-transtornos-924558059.asp#ixzz1Nnd7iVdo 
© 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. 

sábado, 14 de maio de 2011

20 conselhos das Universidades de Medicina


Harvard e Cambridge publicaram recentemente um compêndio com 20 Conselhos saudáveis para melhorar a qualidade de vida de forma prática e habitual : 

01 - Um copo de suco de laranja 
diariamente para aumentar o ferro e repor a vitamina C. 

02 - Salpicar canela no café (mantém baixo o colesterol e estáveis os níveis de aúcar no sangue). 

03 - Trocar o pãozinho tradicional pelo pão integral O pão integral tem 4 vezes mais fibra, 3 vezes mais zinco e quase 2 vezes mais ferro que tem o pão branco. 

04 - Mastigar os vegetais por mais tempo. Isto aumenta a quantidade de químicos anticancerígenos liberados no corpo. Mastigar liberasinigrina. E quanto menos se cozinham os vegetais, melhor efeito preventivo têm. 
05 - Adotar a regra dos 80%: servir-se menos 20% da comida que costuma comer, evita transtornos gastrintestinais, prolonga a vida e reduz o risco de diabetes e ataques de coração. 

06 - LARANJA o futuro está na laranja, que reduz em 30% o risco de câncer de pulmão. 

07 - Fazer refeições coloridas como o arco-íris . Comer DIARIAMENTE, uma variedade de vermelho, laranja, amarelo, verde, roxo e branco em frutas e vegetais, cria uma melhor mistura de antioxidantes, vitaminas e minerais. 

08 - Comer pizza, macarronada ou qualquer outra coisa com molho de tomate. Mas escolha as pizzas de massa fininha. O Licopeno, um antioxidante dos tomates pode inibir e ainda reverter o crescimento dos tumores; e ademais é melhor absorvido pelo corpo quando os tomates estão em molhos para massas ou para pizza. 

09 - Limpar sua escova de dentes e trocá-la regularmente . As escovas podem espalhar gripes e resfriados e outros germes. Assim, é recomendado lavá-las com água quente pelo menos quatro vezes à semana (aproveite o banho no chuveiro), sobretudo após doenças, quando devem ser mantidas separadas de outras escovas. 

10 - Realizar atividades que estimulem a mente e fortaleçam sua memória... Faça alguns testes ou quebra-cabeças, palavras-cruzadas, aprenda um idioma, alguma habilidade nova... Leia um livro e memorize parágrafos; escreva, estude, aprenda. Sua mente agradece e seus amigos também, pois é interessante conversar com alguém que tem assunto. 

11 - Usar fio dental e não mastigar chicletes . Acreditem ou não, uma pesquisa deu como resultado que as pessoas que mastigam chicletes têm mais possibilidade de sofrer de arteriosclerose, pois tem os vasos sanguíneos mais estreitos, o que pode preceder a um ataque do coração. Usar fio dental pode acrescentar seis anos a sua idade biológica porque remove as bactérias que atacam aos dentes e o corpo. 

12 - Rir. Uma boa gargalhada é um 'mini-workout', um pequeno exercício físico: 100 a 200 gargalhadas equivalem a 10 minutos de corrida. 
Baixa o estresse e acorda células naturais de defesa e os anticorpos.
 
13 - Não descascar com antecipação. Os vegetais ou frutas, sempre frescos, devem ser cortados e descascados na hora em que forem consumidos. Isso aumenta os níveis de nutrientes contra o câncer. Sucos de fruta têm que ser tomados assim que são preparados. 

14 - Ligar para seus parentes/pais de vez em quando. Um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard concluiu que 91% das pessoas que não mantém um laço afetivo com seus entes queridos, particularmente com a mãe, desenvolvem alta pressão, alcoolismo ou doenças cardíacas em idade temporã . 

15 - Desfrutar de uma xícara de chá. O chá comum contém menos níveis de antioxidantes que o chá verde, e beber só uma xícara diária desta infusão diminui o risco de doenças coronárias. Cientistas israelenses também concluíram que beber chá aumenta a sobrevida depois de ataques ao coração. 

16 - Ter um animal de estimação. As pessoas que não têm animais domésticos sofrem mais de estresse e visitam o médico regularmente, dizem os cientistas da Cambridge University Os mascotes fazem você sentir-se otimista, relaxado e isso baixa a pressão do sangue. 
Os cães são os melhores, mas até um peixinho dourado pode causar um bom resultado. 


17 - Colocar tomate ou verdura frescas no sanduíche. Uma porção de tomate por dia baixa o risco de doença coronária em 30%, segundo cientistas da Harvard Medical School ; vantagens outras são conseguidas atráves de verduras frescas. 

18 - Reorganizar a geladeira . As verduras em qualquer lugar de sua geladeira perdem substâncias nutritivas, porque a luz artificial do equipamento destrói os flavonóides que combatem o câncer que todo vegetal tem. Por isso, é melhor usar á área reservada a ela, aquela caixa bem embaixo ou guardar em um tupperware escuro e bem fechado. 

19 - Comer como um passarinho. A semente de girassol e as sementes de sésamo nas saladas e cereais são nutrientes e antioxidantes. E comer nozes entre as refeições reduz o risco de diabetes. 

20 - Uma banana por dia quase dispensa o médico, vejamos: " Pesquisa da Universidade de Bekeley”. 
A banana previne a anemia, a tensão arterial alta, melhora a capacidade mental, cura ressacas, alivia azia, acalma o sistema nervoso, alivia TPM, reduz risco de infarto, e tantas outras coisas mais, então, é ou não é um remédio natural contra várias doenças? 

E, por último, um mix de pequenas dicas para alongar a vida: 

- comer chocolate. Duas barras por semana estendem um ano a vida. O amargo é fonte de ferro, magnésio e potássio.. 
- pensar positivamente . Pessoas otimistas podem viver até 12 anos mais que os pessimistas, que, além disso, pegam gripes e resfriados mais facilmente, são menos queridos e mais amargos. 

- ser sociável. Pessoas com fortes laços sociais ou redes de amigos têm vidas mais saudáveis que as pessoas solitárias ou que só têm contato com a família. 


- conhecer a si mesmo . Os verdadeiros crentes e aqueles que priorizam o 'ser' sobre o 'ter' têm 35% de probabilidade de viver mais tempo, e de ter qualidade de vida... 

'Não parece tão sacrificante, não é verdade? Uma vez incorporados, os conselhos, facilmente tornam-se hábitos... 
É exatamente o que diz uma certa frase de Sêneca: 'Escolha a melhor forma de viver e o costume a tornará agradável'! 
"Crie bons hábitos e torne-se escravo deles, como costumamos ser dos maus hábitos". 


terça-feira, 10 de maio de 2011

Depressão aumenta o risco de infarto - IG

Nem sempre a depressão é caracterizada por tristeza e falta de interesse nas atividades cotidianas. A doença pode se manifestar como infartos e AVCs (acidente vascular cerebral).

“Esse tipo de reação é mais comum em homens, apesar da doença atingir duas ou até três vezes mais mulheres”, aponta a psiquiatra Alexandrina Meleiro, doutora em psiquiatria pela USP.
A médica explica que o paciente deprimido sofre alterações endócrinas e imunológicas graves, que afetam o funcionamento do cérebro.
“Algumas são muito negativas, como o aumento do colesterol e dos triglicerídeos na corrente sanguínea, da pressão arterial e aceleração da frequência cardíaca”, alerta a psiquiatra.
Tudo isso representa uma grande ameaça ao coração.
Outro agravante para o coração é o cortisol. O hormônio é liberado em pessoas sob estresse, fator presente em muitos portadores de depressão. “O cortisol deixa o sangue mais espesso”, aponta a psiquiatra.
Por outro lado, quem sofre de problemas cardíacos também apresenta maior predisposição para desenvolver depressão. “A prevalência da depressão na população em geral é de 4% a 7%, enquanto nos portadores de doenças coronarianas ela salta para 14% a 47%”, compara a médica.
Provavelmente, acreditam os especialistas, as limitações impostas aos infartados em recuperação sirvam de estopim para a depressão.
Desafio da prevenção
Como o risco de infarto é maior em pacientes com depressão, é necessário ainda mais cuidado para combater os fatores de risco para doenças cardiovasculares. Mas isso não é simples.
“Como uma pessoa deprimida pode ter motivação para cuidar de sua alimentação e fazer exercícios com regularidade?”, questiona Alexandrina.
A situação pode ser ainda mais grave se o paciente já apresentar fatores de risco para o coração, como excesso de peso. A intervenção médica deve ser rápida, com terapia e uso de medicações.
Os medicamentos contra depressão, antes de surtirem efeito sobre as alterações neuroquímicas da doença, já promovem melhoria na capacidade motora. Por um lado, isso traz a vantagem de facilitar a adesão aos programas de exercícios. Por outro, é um momento delicado no qual o paciente tem mais chance de cometer suicídio.
Prevenção do suicídio
“Antes do tratamento, ele não tinha nem forças para se matar. Agora, no começo da medicação, ele pode obter essa força antes da medicação surtir efeito sobre a depressão”, alerta a psiquiatra.
Para agravar mais a situação, o suicídio ainda é tabu em muitos consultórios médicos. “Acho que muito médicos não perguntam se o paciente tem pensamentos suicidas porque eles não sabem o que fazer com a resposta”, comenta.
Mas é justamente o ato de perguntar que dá início à prevenção. “Se o paciente disser que pensa em tirar a própria vida, o médico deve convencê-lo a desistir”, orienta. Se isso não for possível, medidas mais radicais se fazem necessárias, como alertar familiares ou propor uma internação.
O medicamento leva alguns dias para surtir um efeito mais amplo e, depois de duas semanas, o paciente tem o risco de suicídio bastante reduzido. Mesmo assim, o acompanhamento multidisciplinar deve continuar, com terapia, medicação e exercícios
.