sexta-feira, 20 de abril de 2012

Exame de sangue pode revelar depressão em jovens


Exame de sangue pode revelar depressão em jovens

18/04/2012 - Opinião e Notícia
Para chegar a essa conclusão, cientistas analisaram um conjunto específico de características encontradas no sangue

Uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade Northwestern, dos EUA, e publicada na revista médica Translational Psychiatry, revelou que um exame de sangue pode ser capaz de detectar depressão em jovens.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram um conjunto específico de características encontradas no sangue.

O diagnóstico de depressão em adolescentes tende a ser mais complicado por causa das habituais mudanças de humor nesta fase da vida. Atualmente, o diagnóstico da doença depende da capacidade do paciente em relatar os sintomas.
 
A principal pesquisadora do estudo, a professora Eva Redei, ressaltou que “o diagnóstico precoce e a classificação específica da depressão precoce pode levar a um maior repertório de tratamentos mais eficazes e cuidados individualizados melhores”.
 
Perigos da depressão na adolescência
 
A nova pesquisa também traz indícios de que é possível diagnosticar subtipos de depressão a partir do exame de sangue.

Os autores do estudo afirmam ainda que os adolescentes depressivos que não tratam a doença têm mais chances de abusar das drogas, desenvolver doenças psíquicas, e enfrentar problemas de desenvolvimento.

A pesquisa contou com a participação de 28 adolescentes com idades entre 15 e 19 anos. Metade sofria de um grau maior de depressão, sem tratamento, e outros 14 eram jovens não-deprimidos. No exame de sangue nos adolescentes, os cientistas identificaram 26 marcadores genéticos. Onze destes marcadores distinguiram os adolescentes deprimidos dos não-deprimidos.

Fonte: G1

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Caminhar ajuda a combater a depressão



Caminhar ajuda a combater a depressão
Uma simples caminhada pode ter um papel importante no combate à depressão, revela um estudo das universidades britânicas de Stirling e Edinburgh, divulgado esta semana na revista Mental Health and Physical Activity.

Embora os benefícios do exercício físico intenso - para a saúde mental e física - estejam amplamente difundidos, os efeitos de atividades físicas simples como caminhar ainda não estavam devidamente analisados. Por isso, a equipa avançou com este estudo que confirma os benefícios mentais de atividades tão simples como uma caminhada.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores analisaram e interpretaram dados de oito pesquisas que estudaram o impacto da prática da caminhada num total de 341 pacientes.

"Descobrimos que caminhar tem um impacto significativo nos sintomas da depressão e que pode ser tão eficaz como outro tipo de atividade física", afirma em comunicado uma das investigadoras que liderou a pesquisa, Roma Robertson, da Universidade de Stirling.

Comparando com outro tipo de desporto, a caminhada tem a vantagem de poder ser praticada pela maioria das pessoas, de não ter custos monetários, e de ser facilmente incorporada na rotina diária.

Os investigadores admitem, no entanto, que será necessário fazer mais estudos sobre o assunto para perceber, por exemplo, com que frequência a caminhada deve ser realizada para ter os melhores resultados.

Estudo português tratou doentes depressivos com exercício

Estes dados vêm confirmar os resultados alcançados por um estudo pioneirorealizado, no ano passado, pelo Hospital Magalhães Lemos, a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e a Universidade do Minho, segundo o qual o exercício físico é um importante aliado da medicação no que toca ao tratamento da depressão.

O projeto, coordenado pelo psiquiatra Jorge Mota Pereira, quis provar que o exercício físico liberta "substâncias químicas cerebrais idênticas às dos medicamentos" usados no tratamento da depressão, nomeadamente serotonina, noradrenalina e dopamina.

Dos 33 doentes envolvidos neste estudo, com depressão moderada a grave, 26% atingiram a remissão e 21% registaram melhorias significativas com apenas 45 minutos de caminhada por dia.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fumar não é um hábito, é um vício

Treinamento de neurônios: técnica permite tratar depressão, isquemia e autismo A técnica ensina a desenvolver a concentração, a aprendizagem, a memorização e o equilíbrio emocional Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br)publicidade Quem encontra Felippo Bello conversando ao lado da mãe, participando das atividades escolares ou interagindo com outras colegas pode imaginar estar diante de uma criança como outra qualquer. Desde cedo, no entanto, a família luta para vencer o autismo, uma disfunção geral do desenvolvimento, que compromete a capacidade de comunicação, a socialização e o comportamento, ameaçando a convivência da criança com o mundo. Adriana Nogueira transformou sua vida para ajudar ao filho, Felippo Bello Além do amor abdicado de Adriana, Felippo contou com o auxílio do neurofeedback. A técnica – desenvolvida há 50 anos - consiste numa espécie de treinamento neurológico do cérebro, que ensina a desenvolver a concentração, a aprendizagem, a memorização e o equilíbrio emocional. O processo não utiliza medicamentos, apenas os estímulos. Com apenas um ano e meio, em meio aos telefonemas diários, a avó de Felippo percebeu que algo havia de estranho com o pequeno. A experiência com a educação de crianças especiais ajudou a identificar o isolamento do mundo. Em seguida, a família percebeu a fala desconexa e  a dificuldade de construir frases. Desde então, a mãe de Felippo, a empresária Adriana Nogueira, travou uma luta pessoal em busca de mecanismos e tratamentos que facilitassem e emprestassem mais qualidade à vida do filho. Mesmo diante de diagnósticos confusos que, por vezes, apontavam para a Síndrome de Asperger (que consiste num espectro autista que se diferencia do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo, os portadores são também conhecidos como autistas de alta performance), ela não perdeu a fé de encontrar uma forma de reconectar Felippo. “Sempre soube que não havia cura para o autismo, mas, através do neurofeedback, descobri que é possível que o portador se desenvolva por meio da interação social e cognitiva, regredindo total ou parcialmente alguns sintomas e comportamentos”, diz Adriana Nogueira. Neurofeedback O psicólogo especializado em neurofeedback nos Estados Unidos e Mestre em Neurociência pela Universidade de São Paulo(USP), Leonardo Mascaro explica que, na prática, o tratamento consiste, inicialmente, na realização de exames com o tomográfo, que descreve as bases neurológicas de cada paciente. A partir da leitura eletroencefalográfica, são identificados as estruturas profundas do comprometimento que acomete o cérebro do paciente e, melhor ainda, viabilizam o treinamento destas estruturas cerebrais. “Com o resultado da leitura do mapa, condicionamos os neurônios através de estímulos diversos”, explica. Leonardo esclarece que, embora clinicamente e do ponto de vista dos sintomas, muitas doenças de cunho neurológico -  como déficit de atenção e TOC, ou dislexia e quadros de anóxia – imitem umas as outras, o exame permite que haja uma diferenciação clara, evitando erros no diagnóstico e, conseqüentemente no tratamento, inclusive, o medicamentoso. O resultado do tratamento por neurofeedback é demonstrado através de mapas obtidos no início e no final do tratamento de cada paciente, evidenciando cada condição de sua evolução. O tratamento é válido não só para os casos de autismo, mas também no tratamento da dislexia, déficit de atenção, ansiedade, depressão e pânico, além de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), estresse pós-traumático, fadiga crônica e fibromialgia, insônia, bem como quadros iniciais de Alzheimer, traumatismo crânio-encefálico e de isquemia ou derrame. “Cada vez mais é possível desenvolver as potencialidades do cérebro. Na última década, a tecnologia permitiu o alcance de uma evolução sem precedentes, fazendo com que o tratamento não medicamentoso dessas diversas condições seja uma realidade”, esclarece Mascaro. O especialista revela que o neurofeedback não possui contra indicações, nem mesmo para aqueles pacientes portadores de deficiência visual ou auditiva. “Conforme o trabalho acontece, novos mapeamentos são feitos e ajustes no tratamento são destacados”, diz . Tags: Tratamento, Técnica, Autismo, Depressão, Isquemia

Mulheres que bebem café têm menos chances de sofrer depressão

Mulheres que bebem café têm menos chances de sofrer depressão PESQUISA Mulheres que bebem café têm menos chances de sofrer depressão Uma pesquisa publicada na Archives of Internal Medicine descobriu que o café é excelente para prevenir a depressão, principalmente nas mulheres. Segundo o estudo, a ingestão de uma ou duas xícaras da bebida por dia ajudaria a evitar a doença. Segundo os cientistas isso é possível graças ao poder que a cafeína tem de alterar a química do cérebro. No entanto, o mesmo efeito benéfico não é registrado com o café descafeinado. A cafeína contida no grão é o principal agente na prevenção da depressão. Isso porque a substância é conhecida por sua capacidade de dar energia e promover a sensação de bem estar. Dez anos de estudos com mais de três mil mulheres chegaram a essa descoberta.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Distúrbios leves de sono podem causar depressão

Distúrbios leves de sono podem causar depressão Sintomas podem surtir efeito em quem os têm e também em seus parceiros POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 10/04/2012 Share on email Share on facebook Share on google_plusone 0 Sintomas simples, como bufar e interromper a respiração durante o sono podem ser mais graves do que aparentam. Uma pesquisa nacional de saúde realizada pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) revelou que esses pequenos distúrbios estão associados à depressão, tanto em pessoas que apresentam esses pequenos sintomas quanto nos seus parceiros.   O estudo foi feito com 9.714 homens e mulheres. Os pesquisadores usaram entrevistas sobre sintomas de sono e um questionário validado que ajuda a diagnosticar a depressão em adultos. O relatório aparece na edição de abril do periódico Sleep.  Nos pacientes diagnosticados com apneia obstrutiva do sono, a depressão foi mais do que duas vezes mais comum entre os homens, e mais do que cinco vezes mais comum em mulheres, em comparação com os pesquisados que não apresentavam a doença. Além disso, os parceiros dessas pessoas que bufam ou interrompem a respiração durante o sono são mais propensos a ter depressão, com a probabilidade aumentada de acordo com o aumento da frequência de sintomas.   Homens afetados cinco ou mais noites por semana possuem quase quatro vezes mais probabilidades de sofrer depressão em relação àqueles que nunca tiveram os sintomas. Já as mulheres possuem uma probabilidade mais de duas vezes maior de ter depressão. Segundo a epidemiologista Anne G. Wheaton, do CDC, os sintomas podem fazer com que o sono seja mais leve, além de reduzir o oxigênio no cérebro, fatores que podem levar a problemas psicológicos. Dormir é fundamental à saúde  O sono é um processo cíclico de quatro etapas até o estágio do sono REM, quando acontecem os sonhos. É nesse momento em que o corpo está 100% relaxado, se recuperando do desgaste físico do dia. Curiosamente, enquanto descansamos, o cérebro trabalha a todo vapor. Durante as horas de sono ocorre a síntese de proteínas responsáveis pelo desenvolvimento das conexões neurais, aprimorando habilidades como memória e aprendizado. Pela noite, o cérebro faz uma varredura entre as informações acumuladas, guardando aquilo que considera primordial, descartando o supérfluo e fixando lições que aprendemos ao longo do dia. Por esse motivo, quem dorme pouco pode apresentar dificuldade para se recordar de coisas básicas.   As pessoas que não conseguem completar os ciclos de sono até a fase do sono REM, acordando antes por algum motivo, estão inclusas na lista de quem tem distúrbios relacionados ao sono. Essa "falha" cria a sensação de nunca ter descansado o suficiente.  Segundo o homeopata Yechiel Moises Chencinski, o sono serve como combustível para o corpo. "Um bom dia começa por uma boa noite de sono, pois é com ela que recarregamos nossas baterias. Como não estamos em nossa atividade plena, nossas funções ficam em ritmo mais lento durante o sono e o corpo pode se preparar para a batalha do dia seguinte". 

domingo, 8 de abril de 2012

O lugar de Deus na saúde e na doença



Todos perdem quando a religiosidade dos pacientes é ignorada pelos médicos

CRISTIANE SEGATTO



Apenas 1% dos brasileiros não acredita em Deus. Foi o que revelou o Datafolha em 2007, numa ampla pesquisa usada até hoje como indicador da fé, uma das características mais marcantes da nossa população. O que acontece com a religiosidade dos outros 99% quando precisam de um hospital? É ignorada placidamente.
Com raríssimas exceções, os profissionais de saúde não levam em consideração o papel das crenças na vida dos pacientes. Deveriam. É no hospital, mais que em qualquer outro lugar, que o doente entra em contato com sua fragilidade e busca apoio na fé. A religiosidade e a espiritualidade não são dados irrelevantes para a recuperação e para o bem-estar do paciente – mesmo quando a recuperação não é possível.
Tão importante quanto saber se o sujeito tem diabetes, hipertensão ou o vírus HIV é reservar um momento para levantar informações sobre sua espiritualidade. Com o objetivo de entender a participação dessas crenças na saúde e na doença. Sem julgar ou tentar modificar a existência ou a falta delas.
Isso raramente é feito no Brasil, mas há um movimento entre os profissionais de saúde (crescente, mas ainda pouco conhecido) que defende a inclusão no prontuário médico da história espiritual do paciente. Dessa forma, ela seria levada a sério e ficaria documentada – de uma forma acessível a qualquer profissional do hospital que tivesse contato com o doente. 
A maioria dos pacientes deseja receber mais apoio espiritual durante o tratamento. É o que alguns estudos começam a demonstrar. Durante seu mestrado, a enfermeira oncológica Carolina da Cunha Fernandes decidiu investigar a visão dos pacientes do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo.
Foram entrevistados 75 homens entre 48 e 79 anos com diagnóstico de câncer de próstata. E 75 mulheres entre 31 e 83 anos em tratamento de câncer de mama. Outras 150 pessoas compuseram o grupo controle. Eram cidadãos que participavam de atividades do hospital mas não tinham a doença.
Os resultados dão a dimensão do problema. A maioria (97% dos homens e 86% das mulheres) não haviam conversado sobre suas crenças religiosas ou espirituais com algum profissional da saúde. A maioria gostaria que esse momento tivesse existido (57% dos homens e 53% das mulheres).
Ainda mais interessante: 61% das mulheres e 60% dos homens afirmaram que poderiam ter se sentido melhor ou mais dispostos para o tratamento se tivessem recebido cuidado religioso ou espiritual dos profissionais de saúde.
Esses dados despertam várias reflexões: médicos, enfermeiros e demais trabalhadores dos hospitais deveriam assumir mais essa responsabilidade? Eles vivem assoberbados. São muitos os pacientes a atender, muitos os protocolos e os processos a cumprir, muita papelada a preencher, quase nenhum tempo para olhar nos olhos e conversar.
Outra questão é saber de que forma os médicos poderiam dar conta dessa demanda por cuidado religioso. Médico é médico. Não é líder religioso. A solução parece estar no bom senso. Em primeiro lugar é preciso diferenciar religiosidade e espiritualidade. A religiosidade tem relação com um conjunto de crenças bem estabelecidas e compartilhada com um grupo. A espiritualidade é particular e subjetiva. É, por exemplo, a busca por um sentido na vida.
A espiritualidade vai além da religião. Discuti esse aspecto em outra coluna. No fim da vida, um ateu também tem suas necessidades espirituais. Pode questionar suas ações, seu legado para a humanidade, seu papel nesse mundo. O médico que é capaz de percebê-las e respeitá-las é mais que um profissional. É gente de primeira grandeza.
Neste aspecto da vida, os profissionais da saúde podem fazer muito pelo paciente. Podem, por exemplo, liberar a entrada de um grupo de orações ou avisar um líder religioso que o paciente gostaria de vê-lo. “É preciso agir com flexibilidade”, diz Carolina.
Há ações muito singelas, mas nem por isso menos importantes. “Certa vez uma paciente perguntou se podia colocar água benta nas mãos da enfermeira que ia instalar a bolsa da quimioterapia”, diz Carolina. Outra paciente faz questão de colar um santinho na bolsa de quimioterapia antes da infusão. “Respeitar as crenças e os hábitos pode fazer uma diferença muito grande. Não temos o direito de tirar a esperança de ninguém.”
As razões humanitárias já seriam suficientes para justificar a adoção de ações simples como essas. Mas há outras, de ordem fisiológica. Vários estudos tem demonstrado como algumas práticas religiosas atuam no cérebro e repercutem sobre os hormônios, sobre o sistema cardiovascular e sobre o sistema imune (o que é extremamente importante para quem enfrenta um câncer).
Pessoas que oram ou praticam meditação parecem lidar melhor com o stress. Os níveis de cortisol (o hormônio do stress) diminuem. Assim como a pressão arterial e a frequência cardíaca.
Outras pesquisas demonstram que participar de um grupo religioso – seja ele católico, budista, judeu, evangélico, umbandista ou qualquer outro – traz benefícios por aumentar o suporte social ao indivíduo. O apoio social é extremamente valioso não apenas para os doentes. É um ingrediente fundamental para a sobrevivência e a longevidade.
Com pequenos gestos, médicos, enfermeiros e toda a constelação de profissionais que fazem um hospital funcionar podem garantir dias melhores aos doentes que têm necessidades religiosas. Devem trabalhar para isso, de coração aberto, mas sem desprezar ou incomodar os que não têm fé.
Eles são apenas 1%, mas existem. Merecem tanto respeito quanto os que creem.
E você? Acha que os médicos deveriam dar mais atenção à espiritualidade dos pacientes? Conte pra gente. Queremos ouvir sua opinião.


Terapia Cognitiva Processual - Muito


“Não existe modificação de crença sem modificação de atitude”

postado por Tatiana Mendonça @ 7:30 AM
8 de abril de 2012

Foto: Fernando Vivas | Ag. A TARDE
O psiquiatra e psicoterapeuta baiano Irismar Reis de Oliveira, 60, inspirou-se no livro O Processo, de Kafka, parar criar uma nova prática terapêutica, batizada de Terapia Cognitiva Processual. No seu consultório, os pacientes passaram a simular um julgamento em que são ao mesmo tempo promotores e advogados de defesa. O conjunto de técnicas vem chamando a atenção dos seus pares. Recentemente, Irismar apresentou o método em Nova York e já tem viagens agendadas para Paris e Califórnia. Leia trechos inéditos da entrevista com a repórter Tatiana Mendonça:
Como o senhor teve a ideia de adaptar O Processo, de Kafka, à sua prática terapêutica?
Não foi algo que se deu de um dia para outro. Já tenho uma prática longa como psiquiatra, de quase 30 anos, mas minha prática como terapeuta cognitivo é mais recente, começou há 15 anos. Ao longo desse tempo, fui sentindo que havia alguns pequenos vácuos. Então fui modificando as técnicas que havia aprendido na Terapia Cognitiva e de repente tive a sensação de que algo novo estava sendo criado. Cheguei a publicar um trabalho numa revista europeia sobre reversão de sentença, que é algo que já existia na Terapia Cognitiva. Quando se inverte a ordem da frase, ela ganha um sentido mais positivo. Por exemplo: “Estou empregado, mas ganho pouco”. Quando você pede ao paciente para inverter esta frase, ela fica: “Ganho pouco, mas estou empregado”. Mas eu não estava muito satisfeito com essa técnica, porque era difícil implementá-la fora do consultório. Normalmente, quando um paciente chega e conta um problema, você tem que escutá-lo, e a minha técnica que se baseava principalmente na inversão das sentenças, naquele momento meio que já tentava passar para o paciente que talvez o que ele estivesse dizendo não estava tão correto. E o paciente não tomava isso como uma coisa simpática, não acreditava que estava sendo compreendido. E isso me incomodava muito. Então, em 2007, estava casualmente passando por uma livraria e me deparei com O Processo, de Kafka, que tinha lido na adolescência e não tinha entendido muito bem. Mas aquilo imediatamente me fez pensar que se conseguisse transformar essa técnica num processo jurídico, tudo estaria resolvido. Bastava acrescentar duas colunas: aquela em que eu escuto o paciente e ele se queixa à vontade, como um promotor de si mesmo; e a outra, em que posso pedir a ele para contradizer o que estava falando com a versão da defesa. E então nós podemos ter a réplica, a tréplica, os jurados…  Ao reler O Processo, minha pergunta foi: será que Kafka não está propondo ali o princípio universal da autoacusação? A partir daí, foi só organizar esta e várias outras técnicas e fazer os trabalhos científicos para provar que o que passei a chamar Terapia Cognitiva Processual ou TCP, funcionava. E isso, felizmente, está sendo comprovado por outros colegas aqui e em outros países.
O senhor costuma usar a TCP para tratar quais tipos de transtorno?
Tenho utilizado com a maioria dos transtornos psiquiátricos, inclusive os mais graves. Não quer dizer que ela, por si só, resolva os problemas, mas em determinados momentos, ajuda bastante quando a gente faz a combinação com medicação. Nos transtornos de ansiedade, como nos casos menos graves de transtorno obsessivo-compulsivo, fobia social e até nos casos menos graves de depressão, passei a prescrever menos ou até utilizar a terapia sem necessidade de medicamento.
A TCP implica o paciente nesse jogo de ser promotor e advogado de defesa. Isso não é algo difícil de ser alcançado?
Não, isso faz parte da técnica. É inútil dizer ao paciente: ‘você tem isso e precisa fazer aquilo’, porque normalmente ele não obedece. É muito diferente quando o próprio paciente chega a essa conclusão. A isso chamamos de descoberta guiada. E aí faço um link com Kafka. Como é que um indivíduo vai descobrir quais são suas crenças mais profundas, do que ele se auto-acusa? Se eu disser: ‘olha, você se vê como uma pessoa incapaz’, isso vai soar no vazio. Mas posso fazer uma série de perguntas e ele mesmo vai chegar a essa conclusão, como uma descoberta feita por ele mesmo. Isso vai soar como uma autoacusação e aí nós temos as técnicas para ajudá-lo. O objetivo é sempre que ele saia do consultório melhor do que entrou, ao descobrir que a autoacusação não passa de uma crença e que ele pode fazer alguma coisa para se defender, o que não aconteceu com o personagem do livro de Kafka.
É curioso o senhor ter se inspirado por este livro, que não tem um final propriamente feliz…
É, no livro o indivíduo é condenado e executado sem jamais nem ter sabido do que o acusavam. Se você der uma olhada na própria história de Kafka, se você ler Carta ao Pai, verá que Kafka, ele próprio, era cheio de autoacusações. Mas em O Processo é interessante que o personagem  não se deixa passar pelo inquérito. E sendo assim, não tem como ele saber do que é acusado, embora aparentemente ele esteja o tempo todo buscando isso… Quando ele se relaciona com o advogado de defesa, ele se boicota o tempo todo. E ao final ele é condenado e executado, é um final infeliz. O que a gente pode oferecer de diferente é exatamente essa pergunta: o que aconteceria se Kafka tivesse uma resposta clara para as suas autoacusações e como resolvê-las?
Como o surrealista livro de Kafka, nossa tendência é realmente achar que há um certo complô, de que nada faz muito sentido…
Sim, principalmente quando estamos em crise. Deixe-me dar um exemplo prático. Vamos imaginar um indivíduo que trabalha numa fábrica durante 10, 15 anos. Aparentemente, nada há de anormal, mas se olharmos mais de perto, vamos perceber o seguinte: um dia, o chefe pede para que ele faça um curso e ele diz que talvez o colega tenha mais interesse. Em outro momento, o chefe dá uma tarefa para ele, mas esse funcionário sugere que a ofereça para um colega que gosta mais daquela tarefa… Então, vamos imaginar que um dia ele chegue à fábrica e descubra que haverá um enxugamento da empresa, com várias demissões. Em princípio, ele nunca teve necessidade de ter uma possível crença ‘sou incapaz, sou incompetente’ ativada, porque fez todo o necessário para ganhar seu salário. Mas então, naquele momento, essa crença será ativada. Ele vai ter pensamentos negativos do tipo ‘vou ser demitido, meu chefe não gosta de mim, etc’. Nas crises e nos transtornos psiquiátricos, essas crenças vêm à tona mais facilmente. Como um indivíduo num quadro depressivo se vê? ‘Sou incapaz, não tenho futuro’. E quais crenças estão ativadas num indivíduo com fobia social? ‘Sou estranho, defeituoso’. Quando damos muito peso a uma crença, que na Terapia Cognitiva chamamos de crença nuclear, ela tende a se auto-realizar.

Como o senhor vê hoje esses imbricamentos entre literatura e a psiquiatria, a psicoterapia?
Essa não é uma experiência nova. A psiquiatria e a psicoterapia ela tem exemplos e mais exemplos retirados da literatura e do cinema, também. O próprio Dostoiévski, que escreveu Crime e Castigo, que é a provável inspiração para O Processo, há ali uma grande quantidade de conhecimento psicológico. Dostoiéviski passou por situações extremamente difíceis, de quase execução.
São as nossas narrativas, no fim das contas…
E é como a gente narra a própria vida que conta. O que a gente faz na Terapia Cognitiva é dar um novo instrumento para que o indivíduo passe a narrar sua vida de uma forma diferente.
Quando o sujeito assume esse lugar de defender a si mesmo, de refazer a imagem que tem de si, há de certa forma um apaziguamento. A ideia da TCP é parar aí ou há um trabalho de modificar as atitudes, comportamentos?
Não, você está falando apenas do processo 1, mas tem o processo 2 (risos). O indivíduo questiona muito mais isso. O que é interessante na Terapia Cognitiva é que ela é muito didática, o indivíduo aprende técnicas, e ao aprendê-las, torna-se seu próprio terapeuta. Se alguém vem para cá, e eu ensino determinadas coisas e ele compreende, mas em casa já esquece aquilo, e só vai voltar  ao consultório na próxima semana, muito provavelmente nós não vamos conseguir ajudar esse indivíduo. Ou não poderemos ajudar o tanto que gostaríamos. Entretanto, se ele é um indivíduo que checa, que põe à prova esse conhecimento que ganhou aqui, então provavelmente vai se beneficiar muito mais. Isso já é mostrado em trabalhos científicos. O indivíduo que pratica mais os experimentos melhora mais e mais rápido.
Então essa modificação da crença é acompanhada por uma mudança de atitude.
Não existe modificação de crença sem modificação de atitude, é uma coisa que vem junto. Eu peço para o paciente juntar elementos que confirmem qualquer crença positiva a que ele tenha chegado à conclusão. Mas não basta dizer isso. Se for assim, o indivíduo não vai acreditar. Então ele precisa sair dali e no seu dia a dia trazer pequenos elementos que mostrem que isso é verdade. E o que é interessante é que isso toma pouquíssimo tempo. Basta que ele na realidade junte três ou quatro coisas, que eu passei a chamar de preparo para o recurso, ou seja, o indívduo será acusado sempre, e é importante que ele se prepare para esse recurso. Se ele tem uma crença de incapacidade, e nós fazemos um processo, e ele próprio se convence de que é capaz, para que isso se transforme numa mudança é importante que ele saia dali e comece a observar os elementos que mostrem que ele é capaz. Mas não é só observar. É preciso fazer pequenas tentativas diárias de fazer coisas que mostrem que ele é capaz. E isso envolve mudança de atitude.

sábado, 7 de abril de 2012

Chocolate pode aliviar a ansiedade e ajudar no combate ao estresse



Para ter esses benefícios, é preciso comer chocolate na hora certa.
Especialista recomenda o consumo de 6 gramas por dia.
O chocolate pode aliviar a ansiedade e ajudar a combater o estresse. Para isso, é preciso comer o chocolate na hora certa.
Além de conquistar pelo sabor, o chocolate tem substâncias que causam a sensação de bem-estar. Uma delas é a feniletilamina. “É a substância que o nosso cérebro produz quando se encontra apaixonado”, diz a engenheira de alimentos Cláudia Degáspari.
Acompanhe o Jornal Hoje também pelo twitter e pelo facebook.
Ela pesquisa o chocolate há 20 anos e diz que o magnésio presente nas barrinhas ajuda a manter o bom humor. E um pedaço nos horários certos também combate o estresse. “Se consumido logo pela manhã e no finalzinho da tarde, quando temos os picos de cortizol, que provoca o estresse, ele consegue equilibrar esse efeito e alivia um pouco”, diz a engenheiro de alimentos.
Seja pelo sabor, pelo aroma ou pela aparência, o chocolate desperta em muita gente essa paixão, esse desejo algumas vezes incontrolável. Não é à toa que já foi chamado de alimentos dos deuses.
A dica para não exagerar é acalmar a ansiedade fazendo exercícios e tomar bastante água. “Muitas vezes nosso cérebro necessita de água e interpretamos como alimento. Para não engordar, o ideal é comer seis gramas por dia, o equivalente a um quadradinho”, diz Cláudia. Difícil é conseguir comer apenas seis gramas e não mais.
 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Adolescente que fuma pode ter depressão na vida adulta

A exposição à nicotina pode ter consequências neurobiológicas em longo prazo, diz estudo americano Mais um ponto negativo para o cigarro: adolescentes que fumam quando jovens correm o risco de sofrer depressão na fase adulta. A descoberta é de um estudo da Universidade Florida State, dos EUA. Os cientistas chegaram a essa conclusão depois de estudarem ratos jovens, submetidos a nicotina. Uma vez testados com a substância, os animais demonstraram sintomas de depressão e ansiedade. Segundo os cientistas, a pesquisa também foi realizada com ratos adultos. Uma vez também colocados em contato com a nicotina, os ratos adultos não apresentaram a mesma depressão sentida pelos ratos jovens. Como o resultado da pesquisa realizada nos mamíferos é o mesmo nos humanos, o estudo deixa claro que os efeitos negativos da nicotina relacionados a depressão atingem mais os jovens do que os adultos. Por Carolina Abranches

Viver sem companhia em casa aumenta em 80% os riscos da depressão, diz pesquisa

Gláucia Chaves - Publicação: 06/04/2012 07:25 Atualização: 06/04/2012 07:41 Quando colocou os pés em Brasília pela primeira vez, Maira Selva Borges não poderia imaginar como sua vida seria diferente daquele momento em diante. Recém-separada, a mineira de Uberlândia foi transferida de Tocantins para a capital federal. Na nova rotina, ela precisou se acostumar a não dividir mais a casa com ninguém. Com a separação dos pais e os problemas de saúde enfrentados pela mãe, em 2008, a depressão foi chegando devagar, sem que ela percebesse. Durou até 2010. “Vi pesquisas que mostram que há uma porcentagem alta de pessoas que moram sozinhas e são solitárias em Brasília”, comenta a advogada, de 31 anos. “Eu sinto essa solidão aqui.” A sensação está longe de ser exclusividade de Maira. De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Helsinki, na Suécia, e pelo Finnish Institute of Occupational Health, na Finlândia, pessoas que vivem sozinhas têm 80% mais chances de se tornarem depressivas, quando comparadas às que moram com amigos ou parentes. No caso da advogada, a única companhia é o cachorro, Nino. Trabalhar, ir ao cinema, fazer compras no supermercado, assistir a uma peça no teatro ou realizar qualquer outra atividade sem companhia não é problema para ela, já que a rotina apressada a faz esquecer da “subpopulação” doméstica. Quando, contudo, o expediente termina, ela sente falta de ter alguém para resumir como foi o dia. “Acho que a depressão vem porque você tem mais tempo para refletir sobre a vida, não tem uma válvula de escape”, arrisca. Laura Pulkki, docente do Instituto de Ciências do Comportamento da Universidade de Helsinki e principal autora da pesquisa, explica que a equipe acompanhou 5.871 participantes de 30 a 65 anos. Por meio do registro de prescrição de remédios que existe na Finlândia (no qual os dados de quem compra medicamentos ficam arquivados), os pesquisadores puderam descobrir se aqueles que viviam sozinhos compraram mais antidepressivos entre 2000 e 2008 do que os indivíduos que moravam com outras pessoas. “No começo do estudo, nenhum deles jamais havia tomado esse tipo de remédio”, detalha. “Dos que moravam com alguém, 15% compraram o remédio durante os oito anos da pesquisa, enquanto 25% dos que moravam sozinhos precisaram usar”, completa Laura. Ela diz que já há análises que apontam como viver sozinho aumenta os riscos de problemas mentais, de consumo de drogas psicotrópicas e até mesmo de suicídio. Dividir a casa, em contrapartida, traria suporte emocional e o sentimento de integração social. Além dos problemas emocionais, dificuldades financeiras também são uma dor de cabeça que pode fazer com que a experiência de morar sozinho não seja tão libertadora assim. Para as mulheres do estudo, esse foi o fator que mais incomodou: um terço do risco de depressão associado a elas foi atribuído ao valor do aluguel, a condições de vida insatisfatórias e ao desemprego. Os homens sofrem mais com o isolamento social. “Eles sentem que não têm muitos amigos, boas relações no trabalho ou no tempo livre”, explica a pesquisadora. Força externa Há três anos, o estudante Moacir Pisoni Junior, de 19, não sabe o que é ter que dar explicações sobre onde vai, a que horas pretende voltar ou se já lavou a louça do fim de semana. A liberdade para exercer plenamente o direito de ir e vir, contudo, não é sempre um mar de rosas. Ele admite que ter que cuidar das próprias coisas sem ajuda demanda maturidade e uma boa dose de controle emocional. Se não há com quem dividir os perrengues do dia a dia, o jeito é se adaptar: os amigos, para Moacir, substituem perfeitamente eventuais companheiros de moradia. Ele conta que já teve depressão, mas, ainda assim, prefere manter a liberdade de escolher como comandar a casa sozinho. “Procuro companhia fora de casa, dos amigos”, justifica. “Morar com outra pessoa dá muita intriga, porque as duas têm direitos iguais mas tentam impor sua opinião à outra.” Buscar suporte entre os amigos, como Moacir faz, é uma medida importante para evitar que a depressão se instale – ou volte a incomodar. Estruturas depressivas O psicólogo Ricardo Alves de Oliveira explica que para pessoas com estruturas emocionais depressivas, estimular relações interpessoais intensas é importantíssimo para que os sintomas não apareçam. Reavaliar periodicamente a escolha também é uma forma de se observar. Ele diz que, muitas vezes, a decisão se esconde por trás de justificativas como “não gosto de conviver com outras pessoas” ou “os outros me irritam”, mas, na realidade, o conflito está mais próximo do que parece. “A pessoa pode descobrir que o problema não está em conviver com outras pessoas, mas em conviver com ela mesma.” Apenas o fato de viver sozinho, contudo, não é suficiente para fazer com que uma pessoa tenha depressão. “Existem pessoas que têm traços da personalidade que não casam com a convivência familiar. Esses indivíduos precisam de um espaço individual”, explica o psicólogo. Uma coisa pode até não estar associada diretamente à outra, mas a escolha por si só já serve como um sinal de alerta. Perder referências familiares e a convivência com pessoas próximas aguça os sintomas da doença. “A depressão tem um caminhar crescente. A pessoa não começa deprimida, ela dá indícios. Fazer questão de morar sozinho pode ser um sinal de que a complicação está começando”, conclui Ricardo Alves. Samir Miguel Lesme não vê problemas em morar sozinho. Aos 22 anos, o estudante está acostumado a cuidar da própria vida desde os 18, quando saiu da casa dos pais. Os quatro primeiros anos de “independência” foram passados em repúblicas de estudantes mas há seis meses ele administra sozinho a vida em uma quitinete. Para ele, a afirmação de que pessoas que não dividem a casa são tristes é exagerada. “Nunca tive depressão, apesar de me sentir sozinho às vezes”, reforça. “O fato de você morar sozinho não o impede de ligar correndo para alguém quando sentir que precisa de companhia.” Aprender a se bastar também é uma dica para os mais tristonhos: quando a solidão (ou o tédio) bate à porta, Miguel assiste à tevê, cozinha, ouve música ou lê um livro. “Talvez esse seja o motivo pelo qual eu nunca tive depressão”, arrisca. Solitários no Brasil O número de pessoas que resolveram não rachar o aluguel com ninguém está aumentando. De acordo com o Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a parcela da população que mora sozinha aumentou de 8,6% para 12,1% de 2000 para 2010. Alguns prováveis motivos, segundo o levantamento, são a diminuição do tamanho dos apartamentos e a quantidade cada vez maior de pessoas divorciadas e idosas. Ranking nacional Minas Gerais está em quinto lugar entre as regiões com maior percentual de residências ocupadas por apenas uma pessoa. Descubra onde estão os maiores redutos de moradores solitários: » 1. Rio de Janeiro: 15,57% » 2. Rio Grande do Sul: 15,17% » 3. Mato Grosso do Sul: 13,24% » 4. Goiás: 13,2% » 5. Minas Gerais: 13% » 6. Bahia: 12,82% » 7. Distrito Federal: 12,67% » 8. Tocantins: 12,56% » 9. Mato Grosso: 12,4% » 10. São Paulo: 12,34% Acompanhe também o EM.com pelo Twitter