quinta-feira, 17 de maio de 2012

Forma de usar internet pode indicar depressão

ACOMPANHE NOSSOS ARTIGOS Por Natasha Romanzoti em 17.05.2012 as 15:00 9 Share Segundo um novo estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Missouri, EUA, a forma como as pessoas usam a internet pode indicar se elas estão em maior risco de depressão ou não. O estudo contou com entrevistas a 216 estudantes universitários, que indicaram se eles tinham sinais de depressão ou não. 30% deles demonstraram pelo menos critérios mínimos para o diagnóstico de depressão. Em seguida, os pesquisadores observaram o uso da internet desses mesmos estudantes e descobriram que os mesmos 30% tinham um padrão de uso distinto dos seus colegas não depressivos. Os sinais da depressão que podem ser vistos através da internet são: Mudar de páginas e aplicativos frequentemente; Uso significativamente maior de softwares de compartilhamento de arquivos; Atividade frequente em plataformas de mensagens instantâneas ou e-mails. O pesquisador Sriram Chellappan explica que esses sinais fazem sentido, porque a depressão muitas vezes é associada com distração e falta de atenção (que se relacionam ao primeiro sinal), e a condição é muitas vezes sentida como uma forte sensação de solidão (que se relaciona com os outros sinais, de necessidade de interação humana, que pode ser uma resposta natural de autopreservação). Aplicações O cientista quer utilizar esse conhecimento para criar um software que detecte sinais de depressão em usuários da internet. O software monitoraria o uso de um indivíduo e o alertaria sobre os indicativos de depressão. Também poderia ser usado em escolas, e outros ambientes, para alertar pais, professores e responsáveis do risco de depressão nas crianças e adolescentes. O software seria uma ferramenta eficaz para que os usuários procurem ajuda médica o quanto antes, evitando que a doença se torne grave e prevenindo o suicídio. Depressão e seus fatores de risco Outros estudos já relacionaram internet e depressão no passado. Por exemplo, as redes sociais, geralmente consideradas divertidas e positivas, se usadas em excesso podem ser prejudiciais. Um relatório da Academia Americana de Pediatria descreveu um novo fenômeno conhecido como “depressão do Facebook”, no qual crianças e adolescentes que gastam uma enorme quantidade de tempo em sites de redes sociais acabam desenvolvendo sintomas de depressão. Compulsão pelo “Google” também já foi estudada. Cientistas da Universidade de Leeds mostraram que pessoas que usam ferramentas de pesquisa frequentemente têm mais chances de apresentarem sintomas de depressão. Alguns usuários desenvolvem um hábito compulsivo na internet, substituindo suas relações “reais” com relações virtuais, o que pode ter um impacto sério na saúde mental. E outros fatores de estilo de vida podem fazer diferença. Um estudo liderado por Almudena Sánchez-Villegas revelou que consumidores de fast food têm 51% mais chances de desenvolver depressão. Quanto mais fast food você come, maior o risco de depressão. Trabalhar demais e ter enxaqueca (principalmente para as mulheres) também aumentam o risco de depressão. E porque é tão importante evitar esse risco? Porque estudos descobriram que depressão aumenta chances de doenças cerebrais degenerativas, como demência e Alzheimer. Como se não fosse ruim o bastante ter depressão e sofrer suas consequências, você ainda pode ficar mais doente no futuro. Fique atento e procure ajuda médica o quanto antes! Pesquisadores das Universidades de Riverside e Duke, ambas nos Estados Unidos, sugerem mais um meio de combater a depressão, além de remédios: desenvolver gentileza e otimismo nas pessoas e produzir felicidade. Para isso, é só praticar pequenos atos de bom humor no dia-a-dia, como meditar, escrever as coisas boas que lhe aconteceram no seu dia, e ser gentil com os outros. Fácil, não?[Gizmodo]

terça-feira, 15 de maio de 2012

A fé cura


A fé cura

Pesquisas sugerem novíssimas evidências de que a religiosidade tem o poder de auxiliar na cura de vários problemas de saúde — de tumores a depressão

por RAQUEL DE MEDEIROS | design GUILHERME COLUGNATTI | fotos DERCÍLIO

A recuperação de pacientes com câncer está diretamente ligada à sua religiosidade. Taxativo assim é o resumo dos resultados de um estudo realizado na Universidade de São Paulo, que foi divulgado há pouco. “Para começar, os pacientes que têm uma crença religiosa se mostram mais confiantes para lutar contra a doença”, explica a psicóloga Joelma Ana Espíndula, que liderou a pesquisa. O trabalho ouviu 12 voluntários em tratamento e 11 especialistas em oncologia do Hospital Beneficência Portuguesa, em Ribeirão Preto, no interior paulista. O surpreendente é que até mesmo os profissionais de saúde entrevistados ressaltaram a importância da religião para a melhora do quadro dos doentes. “A maioria deles acredita que a fé ajuda a superar um problema grave. Os médicos dizem que o sistema imunológico desses indivíduos aparenta ser mais resistente, e talvez por isso eles apresentem uma recuperação mais satisfatória”, conclui Joelma.

Outro estudo, que leva a assinatura da Universidade de Toronto, no Canadá, revela que a fé é um santo remédio contra a ansiedade e a depressão. Ele prova que pessoas religiosas ou que apenas acreditam na existência de Deus são menos angustiadas e sentem menor culpa em relação aos próprios erros. Os especialistas avaliaram a mente de 51 universitários por meio de testes e da eletroencefalografia, método que se vale de eletrodos dispostos na cabeça para medir as correntes elétricas do cérebro. A maioria dos participantes era cristã, mas no grupo também havia muçulmanos, hindus, budistas e ateus.

“Nossa principal descoberta foi perceber que há um elo entre as crenças religiosas e a atividade de uma parte da massa cinzenta chamada de córtex cingulado anterior”, conta a SAÚDE! o psicólogo Michael Inzlicht, que coordenou a pesquisa. “Quanto mais as pessoas acreditam em Deus, menos atuante é essa região.” Só para ter uma ideia, o córtex cingulado anterior costuma trabalhar em dobro em indivíduos pra lá de ansiosos.

O sentido que a religião dá para a vida dos pacientes pode ser a chave para explicar esse fenômeno. “Suspeitamos que se trata de uma proteção contra a ansiedade e a depressão porque ela dá um significado para a vida”, afirma Inzlicht. A oncologista Nise Yamaguchi, de São Paulo, compartilha da mesma opinião. “A performance física de um indivíduo depende de aspectos emocionais, mentais e espirituais. Quem acredita que a vida continua após a morte tem uma postura diferente da pessoa que não crê na continuidade”, diz Nise, uma das mais conceituadas especialistas em câncer do país. “Entre meus pacientes, percebo nitidamente o seguinte: aqueles que querem educar filhos ou deixar um legado lutam em dobro para recobrar suas forças.” Para dom João Evangelista Kovas, prior do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, as benesses da fé são amplas, mas não livram totalmente os homens de uma enfermidade. “Entre seus inúmeros benefícios, está inclusive a aquisição de mais saúde. Isso não quer dizer, porém, que aquele que tem fé não fique doente nem passe por dificuldades na vida. A condição humana presente é em muitos aspectos limitada.”
Revista Saúde

domingo, 13 de maio de 2012

Quando mania de criança vira doença


Quando mania de criança vira doença

Maíra Sanches 
Do Diário do Grande ABC

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Eles conferem várias vezes a tarefa da escola. Tomam longos banhos. Perguntam sempre a mesma coisa, de forma repetida. Têm mania de contar objetos e desenvolvem aversão a sujeira. Não conseguem se livrar de pensamentos estranhos e obsessivos. Crianças e adolescentes com esses sintomas podem estar com graves distúrbios de ansiedade, como o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo). Hoje, 1% das crianças e jovens brasileiros têm a doença.
O TOC é um transtorno psiquiátrico que muitas vezes tem início na infância e predominância obsessiva ou compulsiva. No primeiro caso é comum o surgimento de ideias e imagens involuntárias que invadem o pensamento e se tornam repetitivas. Muitas vezes os pensamentos são contrários à índole da pessoa, mas mesmo assim são incontroláveis.
Já o transtorno com predominância compulsiva é alusivo a rituais e comportamentos repetitivos, como mania de arrumação, fechar e abrir portas, entre outros. Quando a tarefa é finalizada, a sensação é de alívio. Muitos jovens e crianças sentem vergonha e omitem os sinais. É nessa hora que os pais devem estar atentos. "Quando eles falam sobre isso já há sofrimento. Às vezes os pais acham que é fase, ou que o filho faz para aparecer, mas não percebem a dimensão do problema. Não é questão de força de vontade ou desvio de caráter. A criança não consegue superar sozinha. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, menor o risco do transtorno se tornar crônico e continuar na vida adulta", explica a psiquiatra do Ambulatório de Transtornos de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Rosa Magaly Moraes.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o TOC está entre as dez maiores causas de incapacitação das pessoas. Na infância, geralmente se desenvolve entre 6 e 17 anos. Em estágio avançado pode resultar em fobia social, ou dificuldade de conviver e se relacionar. É comum o rendimento escolar despencar e qualquer atividade rotineira se tornar estressante. "Sair de casa envolve muitas tarefas. Demoram para se arrumar. Logo não dão mais conta dos compromissos."
TRATAMENTOAo identificar alguns sintomas, o mais recomendado é não retardar a consulta com o especialista. O tratamento mais indicado é aliar uso de antidepressivos com a terapia cognitiva-comportamental. O Hospital das Clínicas, na Capital, está ampliando pesquisas sobre o tema. O objetivo é estudar qual é a melhor sequência a ser adotada e individualizar as experiências. "Queremos saber qual é o tipo de paciente que se adequa melhor a determinado remédio e entender qual método deve ser aplicado primeiro", explica.
De acordo com a psiquiatra, pesquisas recentes mostram que as duas formas de tratamento trazem respostas mais eficazes e seguras. Ao todo, 50 jovens e crianças serão observadas e tratadas por pelo menos de um ano e meio.
Incidência é mais comum em famílias rígidas e religiosas
Os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo podem ter origem na própria família. Não há estudos conclusivos sobre o tema, mas, segundo especialistas, o rigor em conceitos religiosos e rigidez na conduta educacional podem resultar em excesso de culpa, comportamento introspectivo, timidez excessiva, medos e pensamentos pavorosos - como a iminência da morte dos pais ou entes queridos.
"Notamos que em famílias religiosas, com conceitos fechados, existe aumento na incidência de TOC. Essa família precisa ter suporte. Não adianta tratar a criança se os pais ou o próprio ambiente em que ela vive potencializam os sintomas. É conflitante", explica a professora de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC, Fernanda Piotto.
Nesses casos, é fundamental incluir familiares no tratamento terapêutico. A causa do transtorno, originalmente, ainda não é esclarecida. No entanto, há estudos que indicam a pré-disposição genética de parentes de primeiro grau como determinante para o surgimento do distúrbio. Já fatores externos como estresse ou traumas (assaltos, mortes, entre outros) podem funcionar como gatilho do problema. Outra pesquisa inédita do Instituto de Psiquiatria da USP e do Hospital das Clínicas foca a identificação das relações genéticas e a criação de estratégias de prevenção.
Não há tempo estipulado para concluir o tratamento. O mínimo recomendado é aplicar medicação e realizar terapia comportamental entre seis e nove meses, de acordo com a psiquiatra do Hospital das Clínicas, Rosa Magaly Moraes. Os pais não devem temer que o filho tome medicação antidepressiva. Segundo a psiquiatra, são remédios seguros e trazem retorno satisfatório que amortiza os sintomas.
Em Santo André, São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires os casos de crianças com TOC são encaminhados aos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) Infantil. São Bernardo atualmente trata 11 crianças e jovens com o transtorno. Em Ribeirão Pires e Diadema surgem, em média, cinco casos por mês na rede.
Em São Caetano os casos são atendidos na Usca (Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente). As demais prefeituras não responderam. Quem precisar de ajuda deve procurar a rede de atenção básica da sua cidade e buscar encaminhamento para psiquiatria.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Treinamento de neurônios

Treinamento de neurônios: técnica permite tratar depressão, isquemia e autismo A técnica ensina a desenvolver a concentração, a aprendizagem, a memorização e o equilíbrio emocional Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br)publicidade Quem encontra Felippo Bello conversando ao lado da mãe, participando das atividades escolares ou interagindo com outras colegas pode imaginar estar diante de uma criança como outra qualquer. Desde cedo, no entanto, a família luta para vencer o autismo, uma disfunção geral do desenvolvimento, que compromete a capacidade de comunicação, a socialização e o comportamento, ameaçando a convivência da criança com o mundo. Adriana Nogueira transformou sua vida para ajudar ao filho, Felippo Bello Além do amor abdicado de Adriana, Felippo contou com o auxílio do neurofeedback. A técnica – desenvolvida há 50 anos - consiste numa espécie de treinamento neurológico do cérebro, que ensina a desenvolver a concentração, a aprendizagem, a memorização e o equilíbrio emocional. O processo não utiliza medicamentos, apenas os estímulos. Com apenas um ano e meio, em meio aos telefonemas diários, a avó de Felippo percebeu que algo havia de estranho com o pequeno. A experiência com a educação de crianças especiais ajudou a identificar o isolamento do mundo. Em seguida, a família percebeu a fala desconexa e  a dificuldade de construir frases. Desde então, a mãe de Felippo, a empresária Adriana Nogueira, travou uma luta pessoal em busca de mecanismos e tratamentos que facilitassem e emprestassem mais qualidade à vida do filho. Mesmo diante de diagnósticos confusos que, por vezes, apontavam para a Síndrome de Asperger (que consiste num espectro autista que se diferencia do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo, os portadores são também conhecidos como autistas de alta performance), ela não perdeu a fé de encontrar uma forma de reconectar Felippo. “Sempre soube que não havia cura para o autismo, mas, através do neurofeedback, descobri que é possível que o portador se desenvolva por meio da interação social e cognitiva, regredindo total ou parcialmente alguns sintomas e comportamentos”, diz Adriana Nogueira. Neurofeedback O psicólogo especializado em neurofeedback nos Estados Unidos e Mestre em Neurociência pela Universidade de São Paulo(USP), Leonardo Mascaro explica que, na prática, o tratamento consiste, inicialmente, na realização de exames com o tomográfo, que descreve as bases neurológicas de cada paciente. A partir da leitura eletroencefalográfica, são identificados as estruturas profundas do comprometimento que acomete o cérebro do paciente e, melhor ainda, viabilizam o treinamento destas estruturas cerebrais. “Com o resultado da leitura do mapa, condicionamos os neurônios através de estímulos diversos”, explica. Leonardo esclarece que, embora clinicamente e do ponto de vista dos sintomas, muitas doenças de cunho neurológico -  como déficit de atenção e TOC, ou dislexia e quadros de anóxia – imitem umas as outras, o exame permite que haja uma diferenciação clara, evitando erros no diagnóstico e, conseqüentemente no tratamento, inclusive, o medicamentoso. O resultado do tratamento por neurofeedback é demonstrado através de mapas obtidos no início e no final do tratamento de cada paciente, evidenciando cada condição de sua evolução. O tratamento é válido não só para os casos de autismo, mas também no tratamento da dislexia, déficit de atenção, ansiedade, depressão e pânico, além de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), estresse pós-traumático, fadiga crônica e fibromialgia, insônia, bem como quadros iniciais de Alzheimer, traumatismo crânio-encefálico e de isquemia ou derrame. “Cada vez mais é possível desenvolver as potencialidades do cérebro. Na última década, a tecnologia permitiu o alcance de uma evolução sem precedentes, fazendo com que o tratamento não medicamentoso dessas diversas condições seja uma realidade”, esclarece Mascaro. O especialista revela que o neurofeedback não possui contra indicações, nem mesmo para aqueles pacientes portadores de deficiência visual ou auditiva. “Conforme o trabalho acontece, novos mapeamentos são feitos e ajustes no tratamento são destacados”, diz . Tags: Tratamento, Técnica, Autismo, Depressão, Isquemia